A Amazon Prime desembarcou no Brasil com um conhecido formato americano para os apaixonados por comédia, o Last One Laughing. O programa consiste em reunir humoristas e atores numa difícil tarefa de não expressar nenhum tipo de sorriso durante 6 horas de confinamento, o que se torna uma tarefa quase impossível com os nomes que vemos na atração.
Em sua primeira temporada, participam nomes de peso: Nany People, Thiago Ventura, Bruna Louise, Estevam Nabote, Diogo Defante, Marlei Cevada, Igor Guimarães, Flavia Reis, Noemia Oliveira e Yuri Marçal cercados por 46 câmeras focadas em suas expressões e em um ambiente construído para tornar o objetivo ainda mais tentador.
Apesar de seus primeiros minutos totalmente roteirizados, o que se julga necessário para iniciar um storytelling, o programa rapidamente se livra dessas amarras sob apresentação de Tom Cavalcante e Clarice Falcão. O envolvimento entre ambos durante todo o episódios é uma contraponto interessante, de uma lado Tom é artista quando o tema é roteiro e apresentação de programas de formato humorístico, enquanto Clarice, tem passagens pelo Porta dos Fundos e carreira artística na música.
A relação dos apresentadores se baseia em verificar quem está com riso frouxo e uma briga forçada e repetitiva dois botões, que acionam luzes que pausam a brincadeira e avisam aos participantes que alguém não cumpriu a principal regra do programa e posteriormente possibilita reiniciar a competição. No primeiro episódio, essa dupla de parece não render quando se junta, mas depois do terceiro episódio…. cria-se até um certo afeto.
Vale destacar de forma imediata a ilustre participação de Nany People, que faz um contraste extremamente bem pensando na junção de uma diversidade humorística de tempos diferentes. Na balança, em meio a personalidades figurinhas da internet, como Diogo Defante e Igor Guimarães, a sua participação é icônica quando há choque de temas em que ela se perde. Em meio a piadas com temas de Harry Potter, Cultura Pop ou até mesmo Memes, o seu rosto pensativo é um refúgio de “fuga ao tema” por si engraçado.
Não há dúvidas que durante os episódios o público se concentre mais em assistir o “Tom e Jerry” entre Igor Guimarães, Estevam Nabote e Thiago Ventura, pontos de destaque durante a temporada. É neste momento que se sente falta de Yuri Marçal, uma vez que, à primeira vista, o humorista opta por se concentrar unicamente em não rir, ao contrário de seus colegas que apostam de tudo um pouco para eliminar os adversários e acabam tendo mais tempo de tela.
Flavia Reis, lenda do teatro nacional, mostra toda sua desenvoltura com personagens icônicos. Ela, Noemia Oliveira, Marlei Cevada e Igor Guimarães utilizaram um artifício de usar personagens momentâneos, mas não por uma regra do programa, mas como estratégia de desestabilizar a seriedade dos adversários.
Além da pressão que cada um faz para seus colegas, também há um livro de gincanas que servem para movimentar o jogo quando ele se parece morno. As atividades vão de colocar uma prótese de dentes até dar funções a objetos estranhos. Uma ótima intervenção que pode ser melhor explorada em suas próximas temporadas na mesma dosagem, sem desespero.
Cada episódio se trata de uma peculiaridade, incluindo cenas absurdas (de engraçadas) que facilmente ultrapassaram as quatro paredes do streaming e viraliza nas redes sociais. O elenco, por sua vez, se entrega de corpo e alma para entregar até o último suspiro de oportunidade para tornar o ambiente memorável. Tudo fica ainda mais engraçado quando nos pegamos participando junto com os participantes.
Por fim, vence o melhor: o público, por ter um ótimo passatmepo a sua disposição, a Amazon Prime por acertar em cheio no seu primeiro elenco e em um formato promissor. Embora possibilite um desafio: Será extremamente difícil encontrar um novo elenco tão contagiante quanto este para próximas temporadas.
