Há cinco anos atrás, se você ouvisse esse nome, você acharia que é um meme ou um apelido para um João. Depois desse tempo, permanece sendo um apelido – mas patenteado por João Vitor Romania Balbino.
O cantor, que começou sua carreira na internet cantando covers em 2016, se tornou uma sensação – principalmente no período pandêmico. Seu sucesso começou com o álbum romântico “Lobos”, que tem hits como “Imaturo” e “Vou Morrer Sozinho” e tocou bastante nas rádios com a dançante “Louquinho”, que seria uma introdução de seu segundo álbum.
Mas as coisas mudaram. Após uma desilusão amorosa anunciada por ele mesmo no Twitter, lançou o álbum “anti-herói”, em que tratava sobre seus sentimentos naquele relacionamento e ignorava fazer música “do jeito que a rádio gosta”, como ele próprio afirmou. Esse talvez tenha sido o maior acerto da sua carreira.
Após esse álbum, ele lançou um outro com a mesma vibe, chamado “Pirata”. E ele explodiu. Jão conquistou feitos inéditos para um homem na música brasileira do século 21. Conseguiu voltar com força as rádios com a música “Idiota”, de seu último álbum, num meio dominado pelo sertanejo. Acidentalmente (ou não), ele conseguiu modernizar aquele conceito clássico e antigo que os jovens possuem sobre MPB.
Jão venceu o Troféu Imprensa e Internet desde ano, em que competiu com Gusttavo Lima e Zé Felipe – que, talvez, seja o artista mais tocado do país hoje. Não só conquistou os troféus, como arrancou comentários e elogios de uma bancada conservadora da imprensa brasileira – para viés de comparação, um dos jurados votou, neste mesmo ano, que a melhor novela de 2021 foi a bíblica Gênesis, da Record. Ontem, ele conquistou o MTV Miaw de “Álbum do Ano”, primeiro vencedor da história da categoria, competindo com potências da indústria como Gloria Groove e Ludmilla.
Os shows da sua turnê “Pirata”, que define a sua volta aos palcos depois do período pandêmico, são os mais pirotécnicos de um artista brasileiro hoje. São mais que apresentações, são experiências inesquecíveis para aqueles que vão. Estruturas gigantes que envolvem barco e, até mesmo, chuva. Com essas experiências, Jão esgota locais como o Qualistage, no Rio, que cabe 9 mil pessoas e 5 datas no Espaço das Américas que, somados, dão 40 mil pessoas.
Com uma mistura de Cazuza, Harry Styles e Prince, Jão se mostra um artista atento ao que seus fãs querem. Colecionando mais de 5 milhões de seguidores nas redes sociais e quase 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify, é certo afirmar que ele está longe de seu auge – tendo em vista a carreira brilhante que ainda está por vir. Dizer que Jão é o futuro da música é errado, ele já é o presente e a tendência ao futuro.