O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou o apresentador Gilberto Barros pelo crime de homofobia, após um comentário feito por ele em setembro de 2020, em seu canal do YouTube. A ação, que cabe recurso, pede que Gilberto seja preso por dois anos.
Por ele ser réu primário e a pena ser menor que 4 anos, a juíza substituiu a pena para privação de liberdade por medidas restritivas de direito. Segundo Mônica Bergamo, o apresentador prestará serviço à comunidade pelo tempo da pena, além de ser obrigado a pagar cinco salários mínimos (quase 6 mil reais) para compra de cestas básicas que serão enviadas para organizações sociais.
A fala veio por conta de um comentário acerca dos 70 anos da televisão brasileira, em que contou que era obrigado a presenciar “o beijo de língua de dois bigodes” quando trabalhava na Rádio Globo dos anos 80, por ter uma boate voltada ao público LGBTQIAP+ de frente para a rádio. A fala que gerou a condenação em questão foi:
“Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz”.
O jornalista e militante William De Lucca foi quem denunciou o apresentador ao Ministério Público de São Paulo. A defesa de Gilberto Barros negou a acusação, mas não negou sua fala. Afirmaram que o sangue italiano do apresentador faz ele falar muito e que ele “sempre usou sua arte e seu ofício” com o intuito de melhorar o país.