Como é um show do Coldplay?

Imagem: James Marcus Haney | @marcushaney

Quem acompanhou a presença da banda no festival e, por consequência, assistiu o show ao vivo ou pela televisão se impressionou com o que viu. Esse que vos escreve, estava lá e vai te contar toda a sensação tida com a presença de Chris Martin e Cia.

Primeiro de tudo, o show que eu assisti foi Rock in Rio 2022. Portanto, algumas ressalvas: nesse dia, durante o show, estava chovendo forte e ventando. A temperatura era menor que 20ºC que, para um carioca, se assemelha a neve. O clima para o show estava horrível, mas a experiência permaneceu intacta.

Imagem: Twitter | @uniaodirection

Primeiro de tudo, as pulseiras. Na entrada do festival, logo após o tradicional letreiro, havia dezenas de caixas de papelão com milhares de pulseiras. Eu, preocupado com uma amiga não conseguir pegar, uma das pessoas que distribuía me fala: “fica tranquilo que tem para todo mundo”. Era uma verdade, que foi comprovada com o mar de luzes que se espalhava por centenas de metros durante a apresentação do festival.

Fãs ficavam descrentes com a realidade da pulseira ali – acharam que era uma noticia falsa avulsa. Ao entregar a pulseira, era reforçado que elas deveriam ser devolvidas. Na saída, haviam sim postos de coletas mas nada muito impositivo e, por isso, muitos levaram para casa – além da chuva que não ajudava em lembrar desse compromisso 12 horas depois de firmado.

A pulseira, ao meu ver, é um dos fatores mais inclusivos da história dos shows. Ao piscar, o que acontece em boa parte das músicas, você se sente membro de uma orquestra. Ela só funciona durante o show e é fantástico quando se sincroniza com as músicas – o meu favorito é quando a pulseira ficou amarela durante a interpretação de “Yellow”.

O segundo ponto é o show de transmissão nos telões. Cada música tinha um efeito e parecia que haviam sido pré-gravadas diante de tanta perfeição. Quem via de longe, como foi meu caso, se sentia incluso com a beleza das imagens, que conseguiam passar a intensidade da apresentação.

Imagem: Reprodução | Twitter @multishow

O terceiro é Chris Martin. O show que eu fui era difícil: chuva forte, vento, muito frio. Qualquer show mediano se tornaria ruim naquele espaço. Mas Chris é um espetáculo. Não se distanciou do público em momento nenhum e ficou na chuva na maioria das vezes – incluindo tocando o piano na chuva algumas vezes.

Chris dançou e repetiu músicas – como “Viva La Vida”, tocado duas vezes seguidas. Conversou com o público em português e com uma educação, no mínimo, impressionante. O cantor britânico pediu desculpas desde por falar em inglês em alguns, mas poucos momentos, até pelo preço do ingresso. Fez questão de cumprimentar o público e os funcionários do festival algumas vezes ao longo do show de quase duas horas.

Imagem: Stephanie Rodrigues | G1

O cantor conversou em português, falando algumas frases complexas, e fazendo com que todo mundo se sentisse acolhido por ele – no meio daquela chuva. O ponto alto foi a interpretação de “Magic” em português, no qual a banda se preparou por dias para conseguir cantar de uma forma que ficasse compreensível para o público.

E, por fim, acho que isso faz o Coldplay ser Coldplay: um cuidado absurdo com a experiência que o público vai ter, tentando tornar único aquele momento. Todo mundo merece vivenciar de perto um show do Coldplay ou de um artista que tem tanto cuidado com o que o público. Recomendo demais a ida – de preferência, num dia que não esteja chuvoso.

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