O último debate do primeiro turno, ocorrido na quinta-feira (29) da semana passada na TV Globo, foi marcado por diversas discussões entre os presidenciáveis. Um dos mais conflituosos era Padre Kelmon, do PTB, que desrespeitou regras do debate mais de 10 vezes.
William Bonner, mediador do evento, deu uma declaração à Ancelmo Góes sobre a sua avaliação com relação ao evento, inclusive sobre o seu papel naquele momento: “O mediador tem mais o perfil de um árbitro. O sujeito que faz todo mundo cumprir regras de conhecimento geral e com a concordância de todos. Faço isso há 20 anos — o que me assegura algum grau de tranquilidade.”
Além disso, o apresentador falou sobre a necessidade de mudança nas regras após os atritos do debate: “inaugurou um novo tempo, em que candidatos sem nada a perder podem se dedicar a sabotar a dinâmica previamente combinada. E não importa com qual propósito. Isso é novo e acho que exige uma abordagem nova. (…) Pessoalmente, acho que esta questão terá que ser abordada de agora em diante, no sentido de preservar o valor de um debate entre candidatos para o esclarecimento dos eleitores.”
A emissora foi questionada por chamar candidatos ao invés de outros, por mais que não pontuassem nas pesquisas. Na declaração, Bonner explicou o motivo disso acontecer, além de uma sugestão para uma possível mudança.
“Hoje, a lei eleitoral obriga as emissoras a convidar candidatos de partidos que tenham ao menos meia dúzia de parlamentares. Isso aumenta muito o número de participantes. Talvez seja o caso de estabelecer uma regra que aumente a exigência de representatividade política para que um candidato participe dos debates”, afirmou o jornalista.