É, no mínimo, impressionante que uma pessoa remeta tanto a infância quanto Xuxa Meneghel. Pode se passar anos e décadas mas a imortalidade da sua obra infantil permanece atual na sociedade.
Mas, também, ela é gigante. Vendeu mais de 30 milhões de álbuns ao redor do planeta, além de ter levado 37 milhões de brasileiros aos cinemas com seus filmes. O gigantismo de Xuxa, além dos números, se dá a uma ótima administração de carreira e de algo em falta no entretenimento moderno: a sua sinceridade.
Xuxa e Maria da Graça se diferem apenas no nome da pessoa jurídica e física porque, de resto, aparenta ser tudo igual. A eterna Rainha dos Baixinhos conseguia olhar uma criança e a tratar de igual pra igual. Não se pode afirmar se é a pureza, a honestidade ou simplesmente o brilhantismo profissional para lidar tão bem em certas situações. Xuxa já apresentou programas em que coordenavas dezenas de crianças em um estúdio ao vivo – e tomar conta de criança, como já sabemos, não é para qualquer um.
Multipremiada, a artista não só é gigante entre as crianças, mas entre os adultos também. É curioso como ela, já adulta quando começou a conversar com as crianças, soube envelhecer com seu público.
E pode se dizer muitos pontos desse amadurecimento evidente. Financeiramente, Xuxa é uma das celebridades mais bem pagas da história – detentora de uma fortuna de 160 milhões de dólares, mais de 800 milhões de reais. Filantropicamente, a Fundação Xuxa Meneghel ajuda milhares de pessoas. Além das campanhas contra o uso da violência na educação infantil – que gerou a clássica frase “Não bata, eduque!”
Xuxa soube envelhecer e amadurecer. Além dos programas infantis que reinaram a TV Globo por décadas, se aventurou a apresentar programas para os mais velhos e realitys shows – na sua passagem surpreendente pela RecordTV. Hoje, defensora do veganismo e contra o atual Presidente da República, a apresentadora continua sendo uma das pessoas mais relevantes do país, após 40 anos de carreira. O que comprova é a extensa matéria da El País lançada esse mês sobre ela, intitulada: “Xuxa, a ‘rainha dos baixinhos’ que se apaixonou por Pelé e Ayrton Senna, se torna o flagelo de Bolsonaro”.
Que bom que a representação da infância do nosso país continua com responsabilidade. Mesmo que não fale tanto com as crianças, fala com o futuro – se mantendo assim a porta-voz deles.