Em entrevista, Wanessa Wolf fala sobre fazer lives: “Às vezes, não estou feliz”

Foto: Divulgação/Matheus Aguiar

Em um momento de ascendência e sendo uma das maiores representantes da comunidade LGBTQIA+ no cenário gamer, a streamer Wanessa Wolf cedeu uma entrevista exclusiva para a UpdateCharts. No bate-papo, a drag queen contou sobre a experiência de fazer lives diárias e como ela reage à exposição pública.

Apesar de fazer transmissão de jogos desde 2019, foi só no ano seguinte, quando o mundo enfrentava o auge da pandemia do coronavírus, que Wolf viralizou. Dessa forma, se tornando um fenômeno nas redes sociais e furando a bolha da comunidade gamer.

Assim, a “loba” é conhecida por seus personagens icônicos no roleplay do “GTA V” e memes, como o dela imitando a cantora de “BIZCOCHITO”, Rosalía. Porém, Wanessa revelou que não foi fácil fidelizar seu público e está sempre buscando se reinventar.

É difícil manter [um público] se você muda muito o jeito e, inclusive, o que joga. Já reparei que não são todos os games que posso jogar e que vou conseguir manter a média de público. Procuro me reinventar utilizando algo que está em alta no momento para inserir na minha personagem, tipo o meme da Rosalía, da Wandinha, entre outros.

As dificuldades e os benefícios de ser streamer

Embora sempre esbanje alegria e carisma em seus vídeos, a streamer disse que nem sempre está bem, mas não deixa transparecer isso para seus espectadores.

Com certeza [me sinto pressionada a estar sempre alegre em frente às câmeras], muitas vezes eu não estou feliz e nem um pouco animada, mas eu me forço pra trazer essa animação nos vídeos. Ninguém gosta de ver uma live triste e parada, até porque, muitos espectadores também não estão muito bem e me procuram para se divertir.

Já em relação à grande exposição pública que recebeu ao ganhar notoriedade na internet, a comediante contou que isso trouxe alguns problemas para sua saúde mental.

Essa exposição me trouxe uma certa ansiedade, uma preocupação com números e com agradar ao público, mas eu já estou diminuindo isso, visto que consegui uma estabilidade financeira e mantenho uma média de público suficiente por enquanto. Desde a adolescência, tenho problemas relacionados à depressão e ansiedade, por conta de inseguranças. Agora, estou melhor do que antes.

Foto: Divulgação/Matheus Aguiar

Desse modo, mesmo com as dificuldades, algo comum em toda profissão, a carreira de streamer trouxe inúmeros benefícios para Wolf. Segundo a comunicadora, o dinheiro que ela recebe por fazer transmissões ao vivo é a melhor parte de seu trabalho.

É um emprego muito bom, apesar de nem sempre eu jogar o que gosto, mas muito melhor que diversos trabalhos. Sem dúvidas, o que melhor me trouxe foi o dinheiro (risos). É algo que eu nunca pensei que conseguiria trabalhar por conta da minha timidez e insegurança. Eu saí bastante da minha zona de conforto, foi difícil, mas consegui superar.

Contudo, nem sempre as lives foram a principal fonte de renda de Wanessa. Ela revelou que demorou para se estabilizar financeiramente.

O momento que percebi [que estava financeiramente estável] foi logo quando consegui contrato com o Facebook, [em 2021], porque eu já estava ganhando razoavelmente bem estando na Bigo (plataforma chinesa de transmissão ao vivo) e fazendo live no YouTube. Porém, eu ainda não me sentia segura financeiramente. Com o Facebook, isso mudou e hoje, felizmente, tenho uma segurança monetária.

E se a Wanessa Wolf não trabalhasse com lives?

Quando questionada sobre o que faria caso as transmissões ao vivo deixassem de dar dinheiro, a famosa drag queen disse que tentaria algo relacionado à maquiagem.

Eu provavelmente trabalharia com maquiagem, pois é a única formação que eu tenho. Acho que se me dedicasse mais, conseguiria sobreviver com isso. No entanto, são muitos perrengues que maquiadores de início de carreira passam e saber lidar com cliente chata é algo que eu teria que aprender.

Conselho para quem quer começar no ramo

Ao encerrar a entrevista, Wanessa Wolf deu algumas dicas para quem deseja, assim como ela, a trabalhar fazendo stream. A “loba” recomendou ter alguma segurança financeira e se soltar para o público.

Primeiro de tudo, é bom ter um plano B para caso a stream não seja suficiente para viver bem. Depois, é importante você interagir com o público, ter bom senso de humor, carisma e um diferencial, com tudo isso, com certeza, vai ser sucesso.

Foto: Divulgação/Matheus Aguiar

Assim, quem desejar conhecer mais sobre o trabalho da mãe dos “doenters” — como chama, carinhosamente, seus fãs — pode clicar neste link para assistir às lives dela.

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