No ar desde março de 2020, a CNN passou por inúmeros momentos turbulentos, desde que chegou em terras tupiniquins. As sucessivas trocas de programação, de direção, além de enfrentar o surgimento da Jovem Pan News, fizeram o canal entrar em uma potente crise.
A CNN fechou o ano de 2022 no vermelho, e começa a se articular para buscar formas de se manter no mercado em 2023. Desde a saída da CEO Renata Afonso em novembro do ano passado, o grupo iniciou uma série de mudanças, iniciadas em sua programação, além da demissão de 120 funcionários, entre eles, os âncoras Sidney Rezende e Monalisa Perrone, os apresentadores Leandro Karnal e Gloria Vanique, além dos comentaristas Fernando Molica e Boris Casoy.
A empresa esperava um lucro de 30 milhões no último ano, mas, teve como resultado um prejuízo de 160 milhões. Os números assustaram Rubens Menin, dono da CNN Brasil. Ele disse não estar disposto a investir altos valores no negócio, e não ter o retorno esperado.
Este é um problema que João Camargo, atual CEO, visa resolver. Ao cortar gastos, ele conseguiu reduzir em 30% o valor do aluguel da sede na Avenida Paulista, reduziu o número de vice-presidentes, além das mudanças no canal, com a programação refeita e funcionários demitidos. Camargo explicou que a estrutura de gestão precisa mudar. Ele detalhou o cenário em entrevista concedida em dezembro para Guilherme Ravache, colunista do Uol.
– A CNN operava com 42% de custo administrativo. Não faz sentido o núcleo do negócio ter somente 58% do investimento. Em uma construtora a relação é de 6% em administrativo e 94% no núcleo. Espero chegar a pelo menos 85% do nosso custo investido no core, que é o jornalismo – explicou Camargo.