Mesmo tendo a tarefa difícil de suceder a fraca “Cara e Coragem” no horário das sete, “Vai Na Fé” vem se mostrado uma ótima escolha feita pela TV Globo. Isso porque a novela de Rosane Svartman está conseguindo trazer de volta a audiência da faixa e ainda levando público ao Globoplay.
O folhetim chega até mesmo a ultrapassar “Travessia“, que faz parte do horário de maior prestígio da emissora. Assim, tendo, nas redes sociais, o triplo de repercussão da obra de Gloria Perez. Dessa forma, listamos alguns dos motivos que contribuem para o sucesso da trama de Sol.
Público jovem
A novela é uma formato feito para a grande massa. Por estar em exibição em horário nobre na TV aberta, é necessário que a trama atinja todos as faixas etárias e classes sociais e isso Svartman sabe fazer muito bem. Talvez por já ter escrito “Malhação“, a autora tenha adquirido a habilidade de se comunicar melhor com o público adolescente.
O núcleo jovem de “Vai Na Fé” é formado, na grande maioria, por estudantes do curso de Direito, mas também retrata jovens que pararam de estudar e entraram para o crime, como é o caso de Hugo (MC Cabelinho). Além disso, o elenco tem os seguintes personagens: Jenifer, Kate, Guiga, Rafa, Bela, Tato, Fred e Yuri. Desse modo, os dois últimos citados devem viver um romance gay.
Esses fatores geram identificação para a faixa etária. Assim, conquistando um público que, geralmente, foge de folhetins. Esse fator faz com que a trama seja muito comentada no Twitter e chegue em mais pessoas de forma orgânica.
Religiosidade
Apesar de trazer temas contemporâneos, “Vai Na Fé” também agrada os mais conservadores por conta do tema principal ser a religiosidade. A protagonista da novela, assim como toda sua família, é evangélica. Isso, inclusive, traz para a vênus platinada uma parcela da população brasileira que vinha fugindo da emissora.
Ainda no ano passado, a autora comentou sobre a abordagem da religião na trama. “99% dos brasileiros tem fé e 90% tem religião. Não seria estranho que isso fosse característica dos personagens. No caso da Sol, aquela mulher numa família multigeracional, construída pela fé, aspiracional, não seria estranho que ela fosse evangélica”, contou Rosane. Todavia, o folhetim não se deixa limitar pela religiosidade, sendo apenas um dos elementos da história.
Novela com cara de novela
Por fim, talvez o motivo principal do sucesso de “Vai Na Fé” é ela ser uma novela com cara de novela. Não tem vergonha de se intitular como tal e, inclusive, presta homenagens à teledramaturgia brasileira. Com isso, ela vai contra a onda iniciada pela TV Globo nos últimos anos de produzir folhetins que buscam imitar séries estrangeiras.
Ao optar por não utilizar macetes de narrativa gringos, Rosane Svartman consegue criar uma história original, brasileira e o mais importante: dinâmica.