A UpdateCharts esteve presente no Festival Casarão, uma das maiores manifestações culturais independentes da região norte que rolou nos dias 28, 29 e 30 de abril, em Porto Velho (RO). Além de acompanhar o evento, conversamos com a Terno Rei, banda integrante do line-up.
O Festival é de extrema importância para o cenário musical nacional, pois fortalece o diálogo entre artistas independentes locais da nova MPB com artistas nacionais, promovendo a visibilidade de músicas, bandas, conjuntos e cantores da Amazônia.
Dividida em dois palcos, a line-up trouxe algumas atrações a nível nacional, como: Tuyo (SP), Terno Rei (SP), Black Pantera (MG), Maglore (BA), Ratos de Porão (SP) e Menores atos (RJ). Além disso, Gabriê, Carvoli + Bonfantti, Gabi Shima, Os Últimos, Quilombocada, Coveiros, entre outros também foram convidados.
Terno Rei
A banda Terno Rei retornou aos palcos do Festival Casarão pela segunda vez, e aproveitaram para nos contar a experiência de estar num evento na região norte. Confira a entrevista da banda respondendo algumas perguntas na íntegra:
UC: É muito massa ter vocês aqui pela segunda vez, né?! Ano passado vocês fizeram vários sucessos da banda, tanto do Violeta quanto do álbum Gêmeos, e dessa vez é a turnê Gêmeos. Vocês vão passar pelas outras músicas também, como é que vai ser? Qual a expectativa do show de hoje?
Greg: A gente faz um show meio misturado assim, do Gêmeos com as músicas do Violeta… Aí tem uma ou duas, acho, do “Essa noite (…)” também e tá… a tour toda tá sendo assim, até pelo fato de ter muita gente que gosta do Violeta também pô.
UC: Uhum… Aí pra agradar os fãs, né?!
Greg: É!!! Quando a gente vai pra lugar distante assim… Mas é bom ter um show misturado assim, fica bom.
UC: O Festival Casarão foi premiado com o Prêmio Funarte Festivais de Música, e é um importante festival aqui para nossa região. Especialmente a galera do Norte, né… Não sei se vocês tiveram contato com o pessoal que tava aí, que veio do Acre… Então a galera se movimenta para conhecer. O festival incentiva e dá espaço para a arte autoral das bandas locais, e é muito importante as atrações nacionais porque colaboram com o festival atraindo público né, e aí dá espaço para as outras bandas… Como vocês enxergam o papel de vocês que tem um pouco mais de notoriedade no país para colaborar com a cena autoral?
Ale: Ah, é fundamental né. A experiência de ver um show de uma banda que você gosta muito pode ser muito significativo pra uma pessoa que vai montar uma outra banda, vai começar a fazer música, não banda necessariamente, fazer arte como um todo. Então, muito legal que o festival tenha sido premiado e realmente foi muito bom da última vez, rolou o Otto, rolou Dead Fish, foi um festival muito legal mesmo e tomara que hoje seja tão legal, mais legal do que foi da última vez né, pra ser uma noite inesquecível aí pro povo aqui de Porto Velho e do Norte também. A gente viu a galera lá do Acre né, mó legal o pessoal viajar 500km pra vir e tal, então mostra a relevância do festival né.
UC: E vocês já conheceram muita coisa aqui da região? O que vocês mais gostaram até agora?
Greg: O que eu mais gostei foi a Casa do Tambaqui.
UC: Pô, o peixe daqui é muito bom né velho, fala sério…
Greg: É absurdo de bom, fiquei de cara. E eu gostei da mandioca que eles cortam que nem batata frita, isso eu nunca tinha visto. E agora, por sinal, eu quero ir num açaí também, se der tempo. Eu quero comer o açaí daqui, falam que é diferente.
UC: Vocês já tem lugar pra ir, já, de açaí?
Greg: Caroço e Cia.
UC: Ótimo! O açaí de lá é muito bom, tem tapioca regional também, com banana da terra. Cara, lá é um lugar bem legal.
Ale: A gente tomou também a cerveja suja, muito bom!
Greg: Cerveja suja, véi, tô apaixonado.
Loobas: Nossa, uma delícia… a gente já pediu hoje pra no camarim ter limão e sal pra fazer a suja.
UC: No festival do ano passado, o público se emocionou muito quando vocês cantaram “Medo” né?! “Para o sul, para o NORTEE”… Foi muito massa! E logo mais vocês também vão conhecer Manaus. Como vocês se sentem com a banda alcançando outras regiões do país assim, onde vocês ainda não foram?
Sad (Bruno): Pô, é muito legal a gente chegar em lugares que a gente… A gente tem 12 anos de banda né… E a gente nunca foi pra Manaus, então a galera sempre na internet pedia, tal, e a gente sempre tentou e nunca rolou. Dessa vez a gente vai conseguir finalmente tirar do papel, então acho que vai ser um show bem marcante pra gente.
Loobas: Manaus já tinha até virado um meme né, da galera sempre pedindo… porque a gente sempre soltava a tour e nunca tinha Manaus né, e aí a galera sempre pedia. Inclusive, um dos nossos primeiros clipes lá, coisa que a gente soltou tipo 10 anos atrás, tem gente pedindo “vem pra Manaus”… Então é mó legal que a gente tá indo agora conhecer lá, vai ser super legal.
Ale: É! Tem tudo pra ser quente, tem tudo pra ser bem forte o show. A expectativa da galera deve estar bem alta também né.
UC: Vocês têm algum estado do Brasil que vocês ainda não foram e que vocês querem muito conhecer, fora o Amazonas né, Manaus, que a galera assim pede muito nas redes?
Sad (Bruno): Pow, que a galera pede muito eu não sei, mas eu tenho muita vontade de conhecer o Maranhão, que eu nunca conheci.
UC: A banda nunca tocou lá né?!
Sad (Bruno): Não. Tocantins a gente nunca foi também.
Ale: Piauí, Maranhão e também tem Espírito Santo.
Sad: Acre a gente nunca foi… Espírito Santo.
Loobas: Espírito Santo a gente nunca foi.
Sad: Que é relativamente perto né, comparado com aqui.
UC: É, comparado com o Norte né.
Sad: Sim. Então tem alguns estados aí que a gente ainda tá devendo né. Então ajudem a gente aí galera, que a gente quer ir.
UC: A banda já esteve no Lollapalooza, Rock in Rio, Primavera Sound. Este ano vocês foram confirmados para o The Town, vai ter Primavera Sound Espanha e Portugal… Qual é o sentimento da banda com esse crescimento, especialmente na relação com o público de fora? É diferente, como que é?
Ale: É um novo desafio assim, é meio que dar uns passos… Eu imagino que lá tenha uma galera que conheça a gente, então eu tô muito curioso pra saber como vão ser os shows, mas certamente não é tão forte que nem aqui. Então é legal você construir de novo as coisas, assim como a gente foi agora pro Chile, foi muito legal o show no Chile e em Buenos Aires também, na Argentina, e era aquela coisa assim, a galera gostando muito, mas muita gente que não conhecia, tava conhecendo na hora, e começa a conhecer a banda, é muito legal.
Greg: Aí vai entendendo nosso show e tal, e aí é isso. Aí próxima vez que você chegar vai ser mais legal.
Ale: vai ser mais legal.
Greg: Então é uma coisa de construção né. A gente tá muito ansioso pra ir pela primeira vez, principalmente Portugal que, tipo…
Ale: Mesma língua né.
Greg: É, a mesma língua, a galera consome muita música nacional brasileira lá e nosso som toca nas rádios lá, então… O show tá vendendo bem, acho que vai ser tipo muito legal.
O festival foi incrível uc
Muito bom esse tipo de música começar a vir pra cá