“Rita Lee: Outra Autobiografia” é a maior despedida literária do rock

Foto: Reprodução/Instagram

Rita Lee: Outra Autobiografia” foi lançado no dia da santa, 22 de maio, a pedido da Deusa do rock brasileiro. Não imaginara ela que morreria antes do lançamento e um pouco depois de terminar de escrever.

Porém, Guilherme Samora, o phantom dos livros autobiográficos, afirmou que a autora sabia que aquele seria seu “ato final”. E estava certa. Rita nos deixou no início de maio, por consequências do câncer de pulmão.

Mais duro do que ler, é escrevê-lo. Com o seu deboche marcante, Rita fala sobre um dos momentos mais difíceis da sua vida de forma leve, sutil e honesta.

No livro, ela ressuscita momentos da vida, relembra amigas que nos deixaram desde a pandemia e conta detalhes sobre seus tratamentos ao longo desse período.

Rita Lee aceitou a velhice e os golpes que a maturidade do fim de vida nos apresenta. Continuou ácida, produtiva e justa sobre a sua vida, seu passado e seu futuro.


É duro ler e saber que ela se foi com muitos projetos em mente, mas que seu corpo não conseguiu mais suportar sua mente brilhante. Mas, os últimos trabalhos, que ainda estão para serem lançados e que ela nos deixa um spoiler de alguns.

Não se engane, caso tenha lido o primeiro, de que o livro tenha muitos capítulos e páginas como o primeiro. Veja bem, o outro fala sobre os setenta anos de vida de uma pessoa. Este fala sobre menos de dois anos. Apesar de muitos detalhes, o livro é curto.

Há muitas fotos no livro que são inéditas, inclusive uma de Rita Lee careca – que decidiu raspar o cabelo para não ter que vê-los cair. Rita estava pela primeira vez sem franja e, portanto, se sentia uma outra mulher.

Entre a relutância com a quimioterapia, os vícios ainda existentes e a plenitude da partida. Rita, que sempre foi bem resolvida com a morte, nos ensina como lidar com a dor da partida e a certeza da eternidade.

E, nisso, ela acertou mais uma vez. Santa Rita de Sampa, olhai por nós.

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