Projeto coletivo Oriki~Yà celebra ancestralidade feminina em single

Crédito: Nathalia Atayde
Crédito: Nathalia Atayde

O trio Oriki~Yà, composto por Afroflor, Patchamora e Vittória Braun, marca sua entrada no cenário musical com o lançamento do single “Vem Saudar”, um convite especial à audiência. Contando com a participação especial de Negadeza, a música representa uma homenagem à ancestralidade, incorporando uma rica tapeçaria de ritmos tradicionais brasileiros. Na levada do coco, as três artistas entrelaçam suas diferentes culturas e vozes, resultando em uma poderosa e cativante expressão de energia afrolatina.

Ouça “Vem Saudar” AQUI.

A composição da música nasceu de uma conexão espiritual, reverenciando não apenas o divino, mas também prestando homenagem às mulheres negras que pavimentaram esse caminho. Oriki~Yà, derivado de duas palavras em yorubá, carrega significados profundos: Oriki, que traduz-se como “louvar, saudar, evocar”, e Yà, que representa “mãe, mulher”. Dessa forma, o trio enraíza sua identidade na pulsante herança ancestral que transcende passado, presente e futuro. Ao explorar uma diversidade de referências sonoras em sua música, o grupo cria uma atmosfera poética que convida o corpo a participar dessa experiência musical única.

“‘Oriki~Yà’, ‘Vem Saudar’, é aldeia de afeto. A música foi se desdobrando para algo que bebe a fonte em vários brasis e em uma raiz afrolatina da canção. Somos toda essa encruzilhada”, elas contam.

A direção musical do single é conduzida por Raphael Pippa, renomado cantor e compositor. A produção e instrumentalização são habilmente realizadas por Rafael Lorga, responsável por violão, guitarra e percussões, contando ainda com a participação de Negadeza, que contribui com alfaia e pandeiro. A mixagem e masterização são executadas pelo talentoso músico e produtor Pedro Itan.

“A música foi feita coletivamente numa noite de lua cheia em nossas cabeças, como diz a frase ‘Orí pro luar’ na letra da canção. Ela vem para abrir caminhos para esta nova jornada do grupo vocal Oriki-Yà. Abrir caminhos com os ‘pés na terra’ enquanto seguramos as nossas ‘mãos de fazer caminhar’ no passo firme e ‘olhos atentos’ para quem nos rodeia, visando para onde queremos ir e o que queremos deixar. Ela é crua e nua, como todo o começo, um ‘umbigo canção’, criando a conexão com o divino, entendendo nossos corpos como sagrados como meio de conexão que nos carrega, trilhando este novo caminho sonoro, saudando sempre as mulheres negras que pisaram no mesmo chão antes de nós”, explica o grupo.

Oriki~Yà é o encontro da trajetória de três mulheres pretas que ecoam seus cantos afrodiaspóricos e latinoamericanos. Acompanhadas das cordas (violão, guitarra e bandolim) de Raphael Pippa, a banda nasceu em 2022, no dia de Tereza de Benguela. Um ano e muitos shows depois, fazem de “Vem Saudar” uma apresentação da essência do projeto.

“O single é um convite a saudar o nosso futuro que é ancestral. Somos passado, presente e futuro. A encruzilhada de nossas histórias, abrindo caminho de mãos dadas e de um jeito que é tão nosso, sabe? É a nossa verdade, nossas profundezas subindo às margens e convidando nosso público a saudar com a gente. Tivemos um processo de manufatura, artesania em cada pedaço desse single, tanto na composição da música, quanto em sua gravação, como também em sua visualidade. Nossa capa e nossos vídeos foram feitos à mão, com cola, tinta, texturas, argila, miçangas, flores, tecidos. Fomos criando cada detalhe e contando essa história de resgate e de futuro”, revela Vittória Braun.

Vittória é originária de Belém do Pará, Afroflor nasceu no Rio de Janeiro, enquanto Patchamora teve sua criação entre a Alemanha e o Brasil. Essas trajetórias únicas convergiram no Rio de Janeiro, onde essas artistas passaram a entrelaçar suas vozes singulares. Juntas, homenageiam as músicas que moldaram suas jornadas até o presente, ao mesmo tempo em que criam suas próprias composições e rituais distintos.

O lançamento é realizado pela Peneira Musical, uma plataforma que desempenha os papéis de selo, produtora e editora. Seu compromisso é impulsionar a arte de pessoas LGBTQIAP+, negras, com 50 anos ou mais, e provenientes de comunidades periféricas, oferecendo suporte, capacitação e construindo carreiras de forma sustentável. Fundada em 2020 no Rio de Janeiro pela cantora e compositora Elisa Fernandes, mulher negra, lésbica, oriunda de uma comunidade periférica e com raízes na escola de samba, a obra e vida de Elisa refletem integralmente nos princípios e valores do selo.

Foto: Nathalia Atayde
Edição foto e designer: Vittória Braun

UpdateCharts: as últimas notícias sobre música, séries, filmes e televisão, além de tudo o que rola com famosos e as melhores entrevistas.

Total
0
Shares
Postagens relacionadas