No último domingo (7), o documentário “O Território” alcançou a vitória ao conquistar o prêmio Emmy Award 2023, em Los Angeles. O prestigioso prêmio, muitas vezes chamado de “Oscar da televisão”, celebra realizações excepcionais no campo audiovisual e televisivo em todo o mundo. “O Território” foi agraciado na categoria de Mérito Excepcional na Produção de Documentários.
Os protagonistas da obra, Bitaté-Uru-Eu-Wau-Wau e Ivaneide Bandeira, carinhosamente conhecida como Neidinha, emocionaram-se ao receber o prêmio, acompanhados pelos talentosos produtores Txai Suruí e Gabriel Uchida. O diretor do documentário, Alex Pritz, também marcou presença na cerimônia de premiação.
Neidinha, figura central na trama, ressaltou a importância da vitória de “O Território” no Emmy, destacando o compromisso responsável da cinematografia ao retratar a luta pela preservação da democracia em Rondônia e na Amazônia: “Estou muito emocionada porque tentei não pensar se a gente ia ganhar ou não, porque para mim já era muito importante o documentário ter sido indicado. Então na hora que anunciaram que a gente ganhou, meu coração explodiu, explodiu mesmo. Eu estou muito, muito feliz, porque este filme representa muito para os povos indígenas, representa muito para a nossa luta, para a nossa luta por território”, conclui.
Filmado em Rondônia e distribuído pela National Geographic, o documentário também competiu em outras categorias, como “Cinematografia Excelente para um Programa de Não-Ficção” e “Melhor Direção para um Programa de Documentário/Não-Ficção”.
A narrativa de “O Território” ganha ainda mais relevância quando consideramos que, durante as filmagens, a Terra Indígena do Povo Uru-Eu-Wau-Wau estava envolta pelo desmatamento mais acentuado da Amazônia Legal. A produção destaca a urgência e a importância de preservar essas terras ancestrais diante dos desafios ambientais que enfrentam.
A história de ‘O Território’
O documentário “O Território” destaca a luta dos indígenas Uru-Eu-Wau-Wau pela defesa de suas terras ao longo de 1 hora e 24 minutos. A narrativa foca em Bitaté, um jovem líder em sua comunidade, e na ativista Ivaneide Bandeira, também conhecida como Neidinha. Eles enfrentam desafios como desmatamento, incêndios e invasões.
Bitaté assume o papel de liderança, liderando fiscalizações na terra indígena. Uma cena marcante mostra a abordagem a um suspeito em 2020, com os indígenas passando álcool em gel nas mãos dele e fazendo com que também usasse máscara, enfatizando preocupações com a pandemia de Covid-19. Neidinha atua como mentora, ativamente protegendo a floresta e os povos indígenas de Rondônia.
O documentário aborda questões sensíveis, incluindo os desafios de segurança enfrentados pela família de Neidinha devido ao seu trabalho de denúncia. Também destaca a trágica morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau em 2020, um defensor que registrava e denunciava extrações ilegais de madeira na aldeia.
Território Indígena Uru-Eu-Wau-Wau foi a que mais sofreu ameaça de desmatamento na Amazônia Legal em 2021
Em 2021, a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, localizada em Rondônia, enfrentou altos índices de desmatamento, sendo a mais afetada na Amazônia Legal, de acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) revelou que, entre agosto de 2020 e julho de 2021, a TI Uru-Eu-Wau-Wau foi especialmente ameaçada. Embora não tenha permanecido como a mais impactada nos meses seguintes, continuou entre as 10 terras indígenas mais afetadas.
Assista o trailer de “O Território” AQUI.
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