Confira nossa crítica e entenda porque todos estão falando sobre O Telefone Preto.
Em O Telefone Preto, dirigido por Scott Derrickson, nos deparamos com uma narrativa que remete às obras de Stephen King. Uma cidade pacata, um surto de crianças desaparecidas nos anos 80, uma escola cheia de bullies e um garoto diferente dos demais.
Porém, o mistério e os desdobramentos do filme pouco tem a ver com a assinatura e o tom do mestre do suspense. Se você é fã de filmes de terror mais voltados ao sobrenatural, com jump scares, espíritos malignos, objetos amaldiçoados e tantos outros elementos do gênero, talvez a construção de O Telefone Preto te decepcione um pouco.
Finney Shaw (Mason Thames) é um garoto tímido, que sofre muito bullying no colégio. Seus problemas só aumentam quando ele chega em casa e encontra o pai: alcoolista, violento e agressivo. Por sorte, a sólida amizade que Finn mantém com sua irmã mais nova Gwen (Madeleine McGraw) é mais forte que as agressões constantes do pai. Os dois se mantém firmes, e se apoiam dentro e fora de casa.
Certo dia, voltando sozinho do colégio, em meio a uma grande onda de desparecimentos de crianças, Finn é raptado por um homem que circula pela cidade em uma grande van preta, deixando balões pretos por onde passa.
É a partir daqui que o suspense se instaura e, já em um cativeiro improvisado, o garoto recebe telefonemas sobrenaturais de outras vítimas do assassino em série, que não querem deixar que o seu algoz faça mais uma vítima.
Assista ao trailer de O Telefone Preto:
A partir daqui, tome cuidado com os spoilers!
O Telefone Preto tem muito mais suspense que terror. Digo isso porque a maior tensão que sentimos ao acompanhar o protagonista e suas tentativas de fuga, está relacionada ao assassino e o que ele é capaz de fazer. O tom misterioso, descontrolado e maligno do vilão mascarado prende a atenção do espectador, mas não dá em nada.
Não espere por um passado traumático, uma boa justificativa para ter se tornado um assassino ou até mesmo uma loucura psicótica. Quando a polícia descobre a localização do cativeiro, a motivação dos sequestros desaparece mais rápido que os balões pretos no céu.
No entanto, os elementos sobrenaturais do filme são bem colocados e possuem duas frentes distintas, mas conectadas: os sonhos e os telefonemas.
Gwen sonha frequentemente com pistas do sequestro do irmão, que realmente levam a polícia ao local certo. Enquanto isso, Finn recebe ligações das outras crianças mortas, que ocasionalmente também aparecem para ele de forma sinistra, mas sempre aconselhando a sua fuga. Das duas formas, o sobrenatural desempenha um papel fundamental para o roteiro, mas pode não apavorar os fãs de terror mais acostumados com uma construção mais sombria e aterrorizante.
Nota: 8.5/10