Faleceu na manhã desta quinta-feira (02), a jornalista Glória Maria. Um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, foi uma profissional que abriu portas para mulheres e negros, sendo pioneira como repórter na TV Globo. Glória, ajudou uma geração de repórteres a se formar, e inspirou a muitas outras. Com seu estilo e dinâmica únicas, presentes em suas matérias, transformou as noites de sexta-feira em verdadeiras odisseias, mostrando ao telespectador do Globo Repórter, lugares curiosos ao redor do mundo.
Início na TV
A estreia de Glória ocorreu na TV Globo em 1971, cobrindo como repórter a queda do Elevado Paulo de Frontin, viaduto no Rio de Janeiro. A queda da estrutura vitimou 48 pessoas e deixou dezenas de feridos. Glória contou que foi nesta oportunidade que aprendeu como se portar como repórter.
Seu pioneirismo fica provado em uma situação: Em 1976, foi a primeira repórter a surgir ao vivo e a cores no Jornal Nacional.
Ainda, teve passagens pelos telejornais Jornal Hoje, Bom dia Rio e RJTV, os dois últimos, exibidos somente para o Rio de Janeiro. Trabalhar no noticiário local, fez Glória Maria se tornar uma referência para os cariocas, sendo reconhecida nas ruas, e aglomerando fãs por onde passava.
A Fantástica Glória no Fantástico
Em 1986, Glória passou a integrar a equipe do Fantástico. Lá, ela fez matérias especiais, e viajou para lugares exóticos, explorando suas curiosidades e trazendo para o povo brasileiro um banho de cultura através da tela da TV. Ao todo, visitou 100 países pelo Fantástico. Além disso, ela foi a responsável por entrevistar grandes artistas, como Michael Jackson, Harrison Ford e Madonna.
Glória contou que teria apenas quatro minutos para entrevistar Madonna.
Em seguida, veio a surpresa, com a resposta de Madonna: “Dê a ela o tempo que ela precisar.”
Glória ainda foi a apresentadora do dominical, entre 1998 e 2007, dividindo a apresentação com Pedro Bial, e posteriormente com Zeca Camargo.
Grandes coberturas
Nos anos 80, Glória inovou, e pediu a direção da Globo para cobrir uma guerra. Foi então, que ela cobriu a Guerra das Malvinas em 1982, experiência da qual se arrependeu depois.
Em seguida, também esteve nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) e na Copa da França (1998).
Globo Repórter
Após 2 anos de licença, Glória integrou o Globo Repórter, onde seguiu realizando suas matérias ao redor do mundo. Seguiu no ofício, até que em 2019, passou a dividir com Sandra Annenberg a apresentação do programa, após a aposentadoria de Sérgio Chapelin.
Grandes viagens
Em 2019, Glória foi a Noruega, um país extremamente frio, e lá, entrou na moda local: Mergulhou em uma piscina gelada, numa temperatura de -5ºC. Em suas palavras, foi uma experiência “boa e ruim ao mesmo tempo”.
A matéria que ficou no imaginário popular, foi a de sua visita a Jamaica em 2016. Lá, Glória experimentou maconha, e ficou fora de si por mais de 10 horas. O momento em questão, virou meme nas redes sociais, sendo reverenciado até hoje.
Ao todo, a jornalista visitou cerca de 156 países, e teve 15 passaportes carimbados.
A inovação
Glória Maria desbravou horizontes, e com seu profissionalismo e criatividade, ditou um padrão que a fez se tornar uma das mais consagradas referências do telejornalismo brasileiro. Inovou com a desenvoltura e originalidade dignas, que demonstraram ao longo dos anos o porque de deixar sua marca de maneira tão latente.
Morte
Pegando o Brasil de surpresa, Glória Maria faleceu na manhã desta quinta-feira (02), aos 73 anos. A causa da morte, foram complicações devido a um câncer no cérebro, que ela enfrentava desde 2019. O tratamento feito por Glória, deixou de fazer efeito nos últimos dias, vitimando a apresentadora. Ela deixa as filhas, Laura, de 14 anos e Maria, de 15. Ainda não há informações sobre o enterro e o velório.
Amigos de Glória, se manifestaram nas redes sociais.
Lamentamos profundamente o falecimento da profissional. Se hoje estamos aqui, é porque no passado a Glória estava. Escreveu sua história para sempre, e para sempre, será referência.