Lula convocou uma reunião nesta terça-feira (18) com representantes de todos os Poderes da República no Palácio do Planalto após a acessão de episódios violentos no ambiente escolar. De acordo com o Presidente, políticas que facilitam o acesso às armas, a violência nos jogos eletrônicos e fake news são fatores predominantes neste tema.
“Não vamos transformar as escolas numa prisão de segurança máxima” afirmou Lula, que acrescentou: “A gente não vai resolver esse problema colocando detector de metais” ao falar sobre a possibilidade de revista do material dos estudantes.
De acordo com ele, uma das causas para o aumento da violências entre adolescentes está ligado a influência de jogos violentos. Jovens estes, que passam horas de seu dia “jogando essas porcarias”, disse Lula.
“Hoje a molecada joga com gente de outro país, passam noites jogando, e tudo isso resulta nessa violência no meio de crianças”, argumentou.
“Não tem jogo falando de amor, não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar.” complemetou.
O que diz a ciência?
A fala de Lula não foi bem vista por jogadores e profissionais do ramo de Esports e Games, que lá atrás já haviam sido alvo de críticas da Ministra do Esporte, Ana Morse, após afirmar que a modalidade de jogos eletrônicos não faz parte do conceito de esporte.
Para a ciência, não há evidências relevantes que confirmem a teoria que jogos eletrônicos possibilita uma relação com a violência. A mais recente pesquisa sobre o tema realizado pela Universidade de Oxford não conseguiu comprovar a teoria.
Andrew Przybylski, pesquisador de mídias digitais associado à Oxford que liderou a e pesquisa, afirma que o jogos apenas se tornaram o ambiente mais realista e que os jogadores se tornaram mais diversificados. No entanto, os jovens que jogam não são mais propensos à violência real do que aqueles não possuem contato com o videogame.
Em 2012, o pesquisador Brad J. Bushman publicou um estudo que defendia que o jogos violentos tinham o poder de influenciar jovens, principalmente na pontaria de armas na vida real. Entretanto, o cientista teve que se retratar por esse estudo por conta de erros nos métodos científicos utilizados pela sua equipe.