CRÍTICA: “Um Pai Para Lilly” emociona e inspira.

“Um Pai Para Lilly” retrata com sensibilidade a amizade que cura traumas familiares e revela a força dos laços que escolhemos para nos salvar.

A solidão dentro da família: um drama mais comum do que se imagina

Um Pai Para Lilly mergulha de forma intensa em um drama familiar real: a negligência emocional dentro dos lares.
O diretor conduz a história com sensibilidade, enquanto Barbie Ferreira entrega uma atuação poderosa como Lilly, uma jovem que, mesmo com o pai ao lado, sente-se completamente sozinha.

French Stewart interpreta Bob, o pai de Lilly, que representa o abuso emocional silencioso — aquele que não grita nem agride, mas apaga e silencia.

A narrativa mostra como Bob, apenas aparece em momentos convenientes — como para impressionar pretendentes ou resolver dívidas —, ignora a existência da filha e oferece apenas migalhas de atenção.

Uma conexão inesperada

Durante sua busca por carinho e aceitação, Lilly encontra na internet um homônimo de seu pai: Bob Trevino (John Leguizamo).
No começo, ela acredita que pode existir um laço familiar entre eles. No entanto, o que surge entre os dois é ainda mais profundo e inesperado.

Trevino, ao perceber a carência emocional de Lilly, se posiciona com maturidade.
Ele deixa claro que pode ser seu amigo, mas não seu pai. No entanto, esse limite, em vez de afastá-la, cria um vínculo de responsabilidade e carinho — algo que Lilly nunca viveu antes.

O filme constrói, com sensibilidade, essa amizade entre duas almas feridas. Isto é, Trevino ainda lida com a dor da perda de um filho. Lilly, por sua vez, carrega a marca da ausência paterna.

Bob Trevino e Lilly, em cena.

No meio dessas cicatrizes, eles encontram apoio um no outro. Assim, a amizade floresce de maneira leve e cheia de afeto, trazendo de volta a capacidade de amar, de rir e, principalmente, de serem vistos.

O impacto da negligência emocional na formação de uma identidade

O filme retrata, com brutal honestidade, as marcas que a falta de apoio emocional pode deixar. De forma que, Lilly revela os traços de quem cresceu sem acolhimento: ansiedade, baixa autoestima, dificuldade de impor limites e uma fome desesperada por aceitação.

Cada gesto de Trevino — um conselho, uma história, um simples cuidado — surpreende Lilly. No entanto, Para ela, esses momentos parecem grandes eventos, capazes de preencher as lacunas profundas deixadas ao longo da infância.

Um desfecho arrebatador

O roteiro, sensível e direto, guia o público até um clímax carregado de emoção. Assim, nos minutos finais, o filme costura dor, alívio e amadurecimento de forma intensa e sincera.

Barbie Ferreira entrega uma atuação visceral, capaz de fazer o público sentir a dor e a evolução de Lilly em cada cena.

Conclusão: Um filme sobre perdas invisíveis e reencontros improváveis

Bob Trevino e Lilly, em cena.

Um Pai Para Lilly fala sobre os laços que escolhemos construir e as cicatrizes que aprendemos a carregar.
Mais do que uma história sobre família, a obra celebra a resiliência emocional e a beleza de encontrar amor e acolhimento em lugares inesperados.

Num momento em que a saúde mental finalmente ganha voz, filmes como este se tornam fundamentais.
Eles entretêm, emocionam e, acima de tudo, provocam reflexão sobre feridas silenciosas e sobre a força dos encontros que podem transformar vidas.

O filme estreia no dia 1º de maio, em todos os cinemas brasileiros.

Confira o trailer: aqui

Visão geral

UM PAI PARA LILLY

Ano: 2025

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 1h 42min

Direção: Tracie Laymon

Elenco: Barbie Ferreira, John Leguizamo, French Stewart

Total
0
Shares
Postagens relacionadas