Pelé: Com influência do futebol, atleta enfrentou a ditadura militar e apoiou o “Diretas Já”

Foto: Kotscho Ronaldo/Placar

Pelé, nomeado como Rei do Futebol por causa de seus títulos, nos deixou nesta quinta-feira (29) em decorrência de um câncer que ganhou força nas últimas semanas. O atleta estava internado desde 29 de novembro no Hospital Albert Einstein, que confirmou a informação.

O atleta, fortemente ídolo do futebol brasileiro, fez história não apenas dentro do campo mas também na política. O jogador usou sua influência para defender o movimento “Diretas Já”, o qual tinha o objetivo de retomar as eleições gerais ao cargo de presidente da República no Brasil.

O movimento de cunho popular se deu início em maio de 1983 e foi gradativamente encerrado no ano de 1984. Na época, o Congresso Nacional foi fechado pelo golpe e a decisão de um novo presidente ficou a cargo dos militares. Com a imposição da Constituição de 1967, a eleição voltou a ocorrer sob a responsabilidade do Colégio Eleitoral.

Pelé e o Diretas Já

Por sua vez, Pelé sempre foi alvo de críticas de jornalistas pelo seu silêncio quanto à Ditadura Militar. A falta de posicionamento do atleta era sempre questionado pela imprensa e automaticamente enquadrado como “cúmplice do golpe”. Ele sempre negou ser coativo a qualquer ala dos militares.

Após a conquista do Brasil na Copa do Mundo em 1970, o jogador vestiu uma camisa do Brasil com o nome da campanha que lutava pela democracia e com os dizeres “Diretas Já” se posicionou publicamente contra a rebeldia promovida pelas Forças Armadas, que obviamente, não gostou nem um pouco do episódio e como sua exposição se deu na mídia.

Com temor que ele virasse político, Pelé passou a ser investigado pelas autoridades. Ele respondeu que havia se desligado do futebol, mais precisamente pela seleção, pois o movimento ditador “estava prejudicando demais o povo”. O atleta continuou disputando campeonatos pelo Santos, seu time de grande paixão.

Em meio a manifestações que tomaram conta do país, a aparição de Pelé nas televisão em apoio à democracia se destacou como marco histórico do futebol e da política pelo seu ato de coragem. Para Pelé, o seu ato “ajudou o povo brasileiro no caminho pela liberdade” e definiu o momento como “gol de placa”.

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