No próximo dia 29, Gabeu lança uma nova versão de “Minas Gerais”, canção eternizada na voz da dupla Tião Carreiro e Pardinho. A regravação é uma homenagem à família mineira do artista, em especial ao pai, Solimões, e marca o início do projeto “ROCK BRAVO”, um EP que traz releituras de clássicos caipiras em uma abordagem country rock.
Com uma trajetória marcada pelo pioneirismo do queernejo, movimento que une a música sertaneja a vivências LGBTQIA+, Gabeu reforça que esse lançamento simboliza um retorno às suas raízes e um resgate a sua conexão com Minas. “Quando ouvi essa canção com mais atenção, fiquei tocado. A letra é simples, mas muito potente. Me remete imediatamente à relação que tenho com o ato de sair de São Paulo e voltar para o interior, reencontrando a cultura mineira que faz parte da minha vida por causa da minha avó e do meu pai”, diz.
Para o artista, revisitar uma canção como essa e trazer em um formato diferente, é uma maneira de exaltar trabalhos que foram tão importantes para a história da música sertaneja e também de enaltecer nomes que ajudaram a moldar sua própria identidade musical. “Todo meu trabalho artístico é embasado na ideia de resgatar e glorificar tudo de positivo e de mais lindo que a cultura caipira tem pra nos oferecer. Então, essa é a minha homenagem a todos esses artistas, toda essa musicalidade e cultura que também construíram o que o Gabeu é hoje”, afirma.
Segundo o cantor, essa nova versão de “Minas Gerais” é bem mais próxima do country do que do sertanejo tradicional, e traz referências sonoras e visuais tanto de elementos clássicos como de contemporâneos. “Tenho o chapéu de palha como algo chave na minha relação com a cultura caipira, mas claro que neste trabalho apresento um chapéu reinventado com correntes, spikes… E pra mim isso é a junção de todas as coisas que sou, do caipira com a pessoa que vive há 10 anos na metrópole. Então, o chapéu de palha é uma das coisas que sintetiza tudo nessa música”, conta.
O novo projeto de Gabeu, “Rock Bravo”, segue essa mesma linha afetiva, reunindo canções que marcaram sua trajetória e que agora ganham novas roupagens, refletindo as diferentes versões do artista, tanto no pessoal quanto no artístico. “Eu não me sinto 100% caipira ou 100% da cidade, não me sinto 100% sertanejo ou 100% pop, o que existe entre tudo isso é muito mais interessante. E esse álbum reflete exatamente isso. O que posso dizer é que tem muita coisa legal vindo por aí”, garante.