Já está disponível em todas as plataformas [sól-ta], álbum de estreia de Kaíke Barto que mistura música, poesia e performance para atravessar temas como identidade, afeto, dor e libertação. Lançado na última sexta-feira (15), o trabalho reúne 10 faixas autorais e traz a teatralidade como marca registrada.
“Alcancei maturidade e clareza para dizer o que quero dizer de forma inteira, sem concessões. Mais do que um passo de carreira, [sól-ta] é um gesto de me enunciar no mundo com minha voz por completo”, afirma o artista, natural de Barbacena (MG), com formação em teatro e doutorado em Artes da Cena.
Produzido por Nathan Itaborahy e Ciro Belluci — que também participa da faixa Correnteza — o álbum traz colaborações como a de Caetano Brasil, indicado ao Grammy Latino, em Se Vira. Mas o trabalho vai muito além dos singles já conhecidos, revelando um percurso de intensidades e atmosferas próprias.
O ponto de partida é Canhoto, que já anuncia o olhar torto, fora da norma, com o qual Kaíke aprendeu a ler o mundo. Em seguida, Correnteza mergulha nas feridas para aprender a ressignificá-las. A faixa-título, Sól-ta, escrita em plena pandemia, nasce da instabilidade daquele período e evoca a fragilidade emocional e o desgaste da saúde mental. Tomba macho, composta quando o artista vivia em Montevidéu, traz humor e deboche para questionar modelos engessados de masculinidade. Já Beagá encerra o álbum como uma celebração da liberdade vivida nas ruas de Belo Horizonte, em tom de despedida e carnaval.
Para Kaíke, cada faixa é “como uma cena com discurso próprio”, combinando a canção popular brasileira e latino-americana a elementos poéticos e performáticos. Em outubro, o artista lançará a versão visual de [sól-ta], ampliando a experiência do álbum para o campo imagético e cênico.
Lançado de forma totalmente independente, [sól-ta] reflete a trajetória de um artista que transita por diferentes palcos e grandes centros. “Ser um artista do interior exige resistência. Minha música nasce desse ir e vir, dessa negociação entre lugar e identidade”, destaca.
“Esse álbum é um convite urgente à libertação. Quero que ele toque especialmente quem, como eu, teve sua sensibilidade silenciada.”
Faixas de [sól-ta]
1. Prelúdio – Faça tudo que você quiser
2. Canhoto
3. Ato I – Cê tá bonzin? / Interlúdio
4. Correnteza
5. Ato II – céu da boca
6. [sól-ta]
7. Se Vira
8. Interlúdio / Ato III – Menino é Palavra
9. Tombamacho
10. Beagá
Ouça agora: https://tratore.ffm.to/kaikebarto