Pela primeira vez, a cantora Lin da Quebrada falou abertamente sobre o vídeo vazado em que aparece na Cracolândia. Em entrevista a Bianca DellaFancy, a artista explicou que, no momento da repercussão, já estava internada e não chegou a ver as imagens que viralizaram na internet.
“Eu não vi o vídeo. Quando entendi o que tinha acontecido, eu já estava na clínica. Recebi essa exposição com muito mais amor do que qualquer outra coisa. As pessoas me mandaram mensagens muito carinhosas, fui acolhida. Não vi as mensagens de ódio nem as especulações. Sei que elas existiram, que falaram em programas de fofoca, mas isso não me atingiu”, relatou.
Rede de apoio
Apesar da gravidade da situação, Lin se mostrou grata por ter recebido apoio ao invés de ataques. Em seguida, ela explicou o que vivia naquele momento:
“Não tenho muito o que dizer sobre aquele período. Foi um momento de desequilíbrio psíquico, psicológico, mental. Eu estava alienada de mim mesma. Fugindo das pessoas que queriam me ajudar, fugindo da minha casa. Na verdade, eu queria afundar cada vez mais.”
Segundo a artista, pessoas próximas conseguiram encontrá-la, levá-la de volta para casa e convencê-la a se internar novamente. Esse apoio marcou o início de sua recuperação.
“Elas me resgataram, me convenceram mais uma vez da necessidade da internação. Fui para a clínica, comecei o processo de desintoxicação. É um processo lento, que leva alguns dias. Com o tempo, fui entendendo as coisas e comecei a tomar a medicação adequada”, prosseguiu.
Internações
Essa não foi a primeira vez que Lin passou por internação. Ela contou que chegou a tentar sair, mas reconhecia a importância do tratamento.
“Já tinha sido internada antes. Em um momento, tentei sair, mas sabia que era necessário”, completou.
Durante o relato, Lin refletiu sobre a relação entre dependência e traumas emocionais. Para ela, a busca por preencher o vazio interno está no centro do problema.
“A dependência — seja emocional ou química — tem tudo a ver com os nossos traumas, com a forma como buscamos amor e tentamos tapar um buraco dentro da gente. No meu caso, não é um vazio, é um Grand Canyon. Tento preencher esse buraco com livros, com obsessões, com substâncias, com sexo… É isso que leva ao uso abusivo. Ou uso substâncias, ou uso pessoas”, continou.