Em março de 2025, o palco do Teatro Santander, em São Paulo, se transformou em um verdadeiro campo de batalha do ensino médio — mas com muito brilho, vozes poderosas e coreografias envolventes. A tão aguardada estreia brasileira de Meninas Malvadas – O Musical finalmente mostrou, com força total, por que essa história continua encantando gerações.
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Com direção de Mariano Detry, direção musical de Jorge de Godoy e coreografias assinadas por Danilo Santana, a montagem nacional — produzida pela EGG Entretenimento e IMM — vai além das expectativas. Dessa forma, ela entrega um espetáculo completo, emocionalmente envolvente, visualmente impactante e artisticamente afiado.
Tivemos a oportunidade incrível de acompanhar o espetáculo a convite do Santander. Confira nossa crítica e descubra o que esperar dessa experiência única!
Um elenco que brilha em cena
Desde os primeiros minutos, o que se vê é um elenco afiado, comprometido e absolutamente cativante. Anna Akisue assume o papel de Regina George com uma presença magnética. Sua Regina é sofisticada, imponente e, ao mesmo tempo, surpreendentemente humana. Com vocais precisos e interpretação segura, Akisue honra o legado da personagem e ainda consegue trazer algo novo à cena.
Já Laura Castro entrega uma Cady Heron irresistível. Seu carisma, aliado a uma veia cômica apurada, transforma a protagonista em alguém real, com quem o público se identifica de imediato. Além disso, sua química com André Torquato (Aaron Samuels) é doce, leve e convincente, dando o equilíbrio necessário entre romance e descoberta pessoal.
Falando em destaque, é impossível não mencionar Lara Suleiman como Janis Ian. Sua performance no solo “I’d Rather Be Me” é um dos pontos altos do espetáculo — emocionante, libertadora e capaz de arrancar lágrimas. Ao lado de Arthur Berges, um Damian divertido e afinadíssimo, Suleiman forma uma das duplas mais queridas da noite.
O elenco se completa com atuações que esbanjam carisma. Brilhantemente, Danielle Winits interpreta dois papéis com versatilidade, enquanto Gigi Debei, como Gretchen, surpreende com uma versão mais profunda da personagem. Já Aline Serra, como Karen Smith, domina o humor e arranca gargalhadas com sua entrega cômica impecável.
Adaptação atualizada e cheia de significado
Além do elenco de primeira, um dos grandes trunfos da produção está em sua adaptação. O roteiro, baseado na obra original de Tina Fey, foi cuidadosamente traduzido para o português com sensibilidade e inteligência. As canções — traduzidas com ritmo e intenção preservados — fluem com naturalidade e mantêm o impacto emocional das versões originais.
O espetáculo também atualiza referências, moderniza o contexto e amplia discussões importantes sobre identidade, pressão social e aceitação. Assim, tudo isso sem perder o tom leve, sarcástico e afiado que fez de Meninas Malvadas um fenômeno desde 2004.
Uma fábula pop sobre ressignificar
Mais do que um musical brilhante, Meninas Malvadas se revela uma verdadeira fábula contemporânea sobre ressignificar. Ressignificar os erros, as amizades, os preconceitos — e principalmente a si mesmo. Portanto, a peça nos lembra que todos, em algum momento, buscam aceitação. Mas também mostra que a verdadeira força está em reconhecer falhas e recomeçar com mais consciência, empatia e coragem.
Essa mensagem, poderosa e atemporal, toca tanto o público jovem quanto os fãs nostálgicos que cresceram com o filme. Ainda mais, é uma história sobre perdão e transformação, contada com música, humor e coração.
Um musical que dialoga com gerações
Meninas Malvadas – O Musical não é apenas uma adaptação de sucesso. É uma carta de amor aos fãs antigos e um convite caloroso para a nova geração descobrir — ou redescobrir — essa história atemporal. Com toda a certeza, a montagem brasileira acerta em cheio ao equilibrar nostalgia e inovação, riso e reflexão, entretenimento e emoção.
Ao final, fica claro: este não é apenas mais um musical. É um espetáculo grandioso, necessário e profundamente emocionante. Como resultado, uma verdadeira fábula moderna sobre transformação, perdão e a coragem de ser quem se é — mesmo que isso signifique desafiar padrões e romper com as expectativas.
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Veredito final
✨ Nota: 5/5
🔥 Uma produção impecável, com elenco brilhante, adaptação inteligente e emoção do início ao fim.
🎭 Para fãs do filme de 2004, é um presente. Para quem nunca ouviu falar de Regina George, é a introdução perfeita a um clássico moderno.