Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos documentais do mundo, morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris, França. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, fundado pelo fotógrafo.
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, diz o texto publicado pelo Instituito.
O legado de um mestre da fotografia
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, Salgado formou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo e concluiu doutorado na Universidade de Paris. Foi durante viagens de trabalho à África, nos anos 1970, que descobriu a fotografia, utilizando uma câmera emprestada de sua esposa.
Seu trabalho é marcado por imagens em preto e branco que retratam a dignidade humana em meio a contextos de sofrimento e desigualdade. Projetos como “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis” são reconhecidos mundialmente. Em 1994, fundou a agência Amazonas Images para gerenciar sua obra
Além da fotografia, Salgado dedicou-se à causa ambiental. Em 1998, criou o Instituto Terra com Lélia Wanick Salgado, focado no reflorestamento da Mata Atlântica e na educação ambiental. O projeto já resultou no plantio de milhões de árvores em Minas Gerais.
Salgado recebeu diversos prêmios internacionais, incluindo o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes e o Praemium Imperiale. Em 2016, tornou-se membro da Academia de Belas-Artes da França
Até recentemente, Salgado continuava ativo. Uma de suas últimas exposições, “Amazônia”, esteve em cartaz na França até junho de 2025 . Ele também acompanhava o trabalho artístico de seu filho Rodrigo, que criou vitrais para uma igreja em Reims, França.
Sebastião Salgado deixa a esposa, Lélia, e dois filhos, Juliano e Rodrigo.
