Vem ver o que achamos da série mais comentada do momento:
Sandman, uma das obras mais famosas e queridas de Neil Gaiman, chegou à Netflix na última sexta-feira (5). Ocupando, com mérito, o top 10 do streaming em diversos países e se mantendo em primeiro lugar no Brasil durante o primeiro final de semana.
A adaptação conquista os fãs por ser fiel às páginas dos quadrinhos e fazer mudanças acertadas. Mas, ela também conquista os novos públicos por ser uma história rica, envolvente e com personagens interessantes.
Considerada por muitos uma das melhores obras do autor, uma adaptação dela sempre trouxe receio ao Neil Gaiman e aos fãs. Havia medo do roteiro sofrer muitas alterações e a obra perder a sua essência. Porém, a Netflix decidiu envolver o autor diretamente em todas as etapas de construção da série, e o resultado foi o que pudemos ver: uma série tão cativante quanto os quadrinhos.
Produção
Os cuidados com a produção, a atenção aos detalhes e o carinho com o material original fizeram com que a construção do universo de Sandman fosse uma coisa única. Mérito de toda uma equipe que se empenhou para contar essa história.
Por ser uma adaptação de uma série de quadrinhos, ela possuía uma vantagem para adaptar ao formato de seriado. Os materiais 100% textuais tem o desafio de transformar as palavras e descrições em algo visual e adaptar a linguagem. A série usou dessa vantagem do material e construíram os cenários fielmente aos das páginas. Diversas cenas eram filmadas nos mesmos ângulos desenhados nos quadrinhos. Isso contribuiu para resgatar a memória de muitos que leram e puderam ver a história sendo trazida à vida com os personagens que tanto gostavam.
Mas isso não é mérito somente da produção, direção e roteiro. É o mérito também da própria história, que depois de mais de 30 anos, ainda se mantém atual com os temas tratados, e com potencial para atingir novos públicos.
O elenco
Com um elenco muito bem selecionado, Sandman conseguiu representar as personagens muito bem. Todos os atores se encaixaram perfeitamente na proposta que suas personagens necessitavam. Com destaque à personagem Desejo, que estava perfeitamente caracterizada e envolvente nas cenas que aparecia.
Outra personagem de grande destaque é a Morte, uma das preferidas dos quadrinhos e que ganhou até spin-off nas obras do Neil Gaiman. A atriz conseguiu trazer a essência da personagem e, apesar de aparecer pouco nesse momento da história, marcou os episódios.
Do elenco principal ao coadjuvante, a escolha foi muito acertada.
Efeitos visuais
Os efeitos visuais em sua maioria são bons. Acertam muito na construção dos cenários, trazendo uma imersão no mundo do Sandman. Principalmente na construção do mundo dos sonhos.
No entanto, alguns efeitos de computação gráfica causam uma certa estranheza, como o bebê gárgula. Esses efeitos podem usar da desculpa de retratarem seres míticos que existem nos sonhos. Por isso, não teriam a necessidade de passar o que seria a realidade.
Mas, em alguns momentos, isso pode desprender um pouco a concentração nas cenas.
A história
A série tem uma ótima qualidade narrativa. A história tem o ritmo certo, não muito lento e nem muito apressado.
O roteiro apresenta de forma gradual os elementos que vão compor a trama. Ele instiga o público a prever para onde os personagens irão caminhar e qual vão ser as soluções para os problemas apresentados.
A qualidade da obra, comparado ao material original dos quadrinhos, se mantém. A Netflix teve um cuidado para manter-se fiel, e as adaptações que foram necessárias para trazer a história para os dias atuais foram muito bem trabalhadas.
Por todos esses motivos, o sucesso da série é merecido e, apesar de ainda não terem confirmado outras temporadas, vemos todo o potencial que Sandman possui e que pode se tornar um dos maiores acertos do streaming.
Nota: 9/10