A cena feminina do rap está cada vez mais bem representada e uma das maiores provas disso é a MC Luanna, que traz em suas letras um pouco da vivência da mulher preta e de favela, trazendo uma visão única para a música brasileira.
A artista, que nasceu na Bahia, tem 26 anos e agora faz parte do projeto RADAR do Spotify, que busca o desenvolvimento de artistas emergentes. “Esse projeto diz sobre trabalhar muito e saber esperar a nossa vez. Chorei quando foi a Tasha e Tracie, chorei quando foi a vez do Veigh, chorei quando foi a vez da Nina, chorei vendo a Mac Júlia. Meu coração se alegrou ao ver a conquista dos meus amigos e me inspirou a trabalhar. Minha forma de pensar não estava errada, era sobre trabalhar, nossa arte e identidade, sobre continuar sendo de verdade, continuar mesmo nos dias ruins. Eu sabia que meu trabalho ia me trazer de volta tudo o que eu queria, e esse dia chegou. Minha vez chegou depois de aplaudir a vez dos outros”, comenta a cantora.
Apesar de ter se encontrado na música, Luanna é técnica em saúde bucal e por muitos anos trabalhou no ramo da odontologia, antes de pensar no ramo musical, lançando seu primeiro single em 2020, intitulado “Kit Rosa”. Com os lançamento de Maldita (2022), seu primeiro EP, no qual retratou os processos de amadurecimento e afetividade das jovens pretas e de periferia, e 44 (2022), sua primeira mixtape, em que mergulhou na dualidade de sua vida pública e privada, já conquistou mais de 1.5 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Na playlist do RADAR Spotify, é possível encontrar alguns de seus sucessos, como ‘Larga essa Vida”, “Deixar na B”, “Set AJC” e até conferir um pouquinho do que a artista tem a dizer sobre elas:
Larga Essa Vida: “Essa música tem uma vibe muito boa pra mim porque o que eu expresso na música combina muito com o beat. Até as pessoas que não tem voz ativa em relacionamentos se imaginam em uma briga e eu acho incrível quando elas se imaginam no lugar ali.”
Set Ajc: “Set Ajc foi o projeto mais importante de executar pra mim até hoje. Ficamos em uma casa por dois dias. Uma produção totalmente realizada por mulheres, que se complementam na música e muito na vida pessoal também. Na produção, gravação, captação, tudo feito por mulheres. Cada uma estava em um momento da carreira, então eu aprendi demais com as meninas e somos muito unidas até hoje. Um projeto especial porque aparentemente só vemos sets de homens, e sentíamos a necessidade disso. Eu recomendo a olharem esse trabalho com mais amor e atenção porque só tem mulheres que eu sou fã e que eu levo pra vida.”
Deixar na B: “Deixar na B foi uma forma de responder às primeiras críticas que eu tive na minha carreira, então, eu quis auto afirmar meu trabalho e deixar claro que iam ter que me engolir de uma forma ou de outra. Essa faixa surgiu como resposta às críticas que Mc Luanna recebeu no início de sua carreira.