Seleção Brasileira está sendo subestimada; Entenda

O segundo gol de Richarlison no jogo contra a Sérvia. Em clique do fotógrafo Justin Setterfield.

Após quatro jogos de tirar o fôlego em que se mostrou uma das grandes favoritas da Copa do Mundo, a seleção agora tem de enfrentar os céticos, sobretudo na mídia esportiva: Há quem diga que o Brasil até o momento não enfrentou nenhuma seleção a altura, e que ao ir para confrontos mais sólidos como contra a Croácia (na próxima sexta) e contra Argentina ou Holanda nas quartas, pode vir a ser eliminada por ainda não ter encarado um oponente de peso. Será? Vamos recapitular as últimas atuações da seleção.

BRASIL x SÉRVIA

No confronto que marcou a estreia da seleção na Copa, vimos um futebol de gala por parte do Brasil, enfrentando uma Sérvia que buscava se garantir com a defesa, buscando bloquear toda e qualquer chance de gol. Isso custou a seleção um primeiro tempo suado, onde não conseguiam ler o jogo de seu oponente com clareza e nem finalizar jogadas. Foi então que no intervalo Richarlison disse no vestiário: “Eu só preciso de uma bola”, colocaram duas em seus pés e ele fez os gols da partida, com direito a um voleio que encantou o mundo. Além disso, foi neste jogo que a seleção mostrou o porquê do futebol brasileiro ser diferenciado, pela forma de atuação de seus jogadores com estratégias e gingados únicos do gigante da América do Sul. O jogo teve placar de 2×0 em favor da seleção brasileira.

BRASIL x SUÍÇA

No segundo jogo, o Brasil teve de enfrentar a Suíça, com sua estratégia de retranca buscando também bloquear qualquer chance de gol (vide Sérvia), em certos momentos da partida os jogadores se posicionavam de tal maneira em frente ao gol que parecia uma verdadeira muralha vermelha, que deu trabalho ao Brasil no primeiro tempo. Porém, foi no segundo tempo mais uma vez, que vieram as grandes jogadas, quando Vini Jr. teve um gol impedido, mas em seguida Casemiro fez o gol que tirou o zero do placar e mostrou aos suíços e ao mundo um pouco mais do futebol brasileiro. Ao fim, 1×0 para a seleção.

A seleção presta homenagem a Pelé, no fim do jogo contra a Coreia. (Reprodução/AFP)

BRASIL x CAMARÕES

O jogo teve uma estratégia do técnico Tite: Colocou todos os reservas em campo para poupar os titulares que atuariam no jogo contra a Coreia dois dias depois. O resultado em campo em nada ficou aquém do que já havia sido visto com a atuação dos titulares, o time teve erros pontuais sobretudo nas finalizações, e por uma falha, Camarões fez um gol na prorrogação. O jogo serviu para Tite analisar pontos que precisavam ser mudados e também para conhecer mais dos jogadores que estavam apenas no banco, mas que ainda não haviam tido grandes oportunidades de mostrar suas qualidades em campo.

DEFEITOS ATÉ AQUI

  1. Nervosismo em campo para abrir o placar
  2. Falta de finalizações nas jogadas
  3. Falta de leitura de jogo do time adversário
  4. Primeiros tempos de jogo parados e amenos, só avançando de fato no segundo tempo, onde fizeram gols (com exceção do terceiro jogo)
O técnico Tite não resistiu e comemorou com os jogadores fazendo a dança do pombo, no último jogo contra a Coreia. (Reprodução/TV Globo)

BRASIL x COREIA DO SUL

Dando início as oitavas de final, o time titular voltou a campo para enfrentar os coreanos, e estavam bastante ajustados, tanto que os quatro gols da partida vieram ainda em primeiro tempo, numa goleada que mostrou como o time estava preparado e como a estratégia de Tite surtiu efeito. Pode-se perceber que ajustes foram realizados e a equipe estava mais sintonizada e equilibrada, mantendo o ritmo do jogo e fazendo uma partida que honrou os torcedores. Ao fim, o Brasil fez 4 gols e a Coreia do Sul, 1.

O QUE ESPERAR DAQUI PRA FRENTE?

O Brasil tem um jogo e uma disposição em campo que o beneficia de várias maneiras, a começar por Tite ter planos e poder executá-los com facilidade, a exemplo de mexer na estrutura do time, colocar jogadores em outras posições e conseguir êxito em suas propostas, a exemplo de Éder Militão, que é zagueiro mas jogou como lateral direito por opção de Tite, resultando em uma excelente partida.

A seleção ainda tem muito futebol a mostrar, o que a impediu em seus primeiros jogos foi ter de encarar oponentes que não jogam em todo o campo, mas que passam os 90 minutos apenas defendendo a área, batendo nos jogadores ou buscando faltas para pausar o jogo e se beneficiarem. A partir do momento em que o Brasil enfrentará na próxima sexta a atual vice-campeã do mundo (Croácia) e em breve deve encarar Argentina ou Holanda, a seleção poderá tranquilamente mostrar que tem um time estruturado desde o goleiro ao ataque e que está preparada para enfrentar qualquer desafio que vier pela frente. 

Como vem sendo projetado, tudo indica que o Brasil possa chegar a final e enfrentar a atual campeã do mundo, a França. Caso isso ocorra, não deve ser motivo de espanto, desespero ou até menosprezo por parte de alguns que não acreditam na seleção, porque nos jogos que virão pela frente, ela dará seu melhor como buscou dar desde o dia 24 de novembro. Subestimar a seleção é um erro do presente que talvez muitos só se deem conta no futuro.

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