Operação Hunt: Entre tiros e conspirações

Foto: Divulgação

Operação Hunt chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (2) de fevereiro, o filme baseado em fatos reais, conta a história de dois agentes do governo sul-coreano que buscam a todo custo encontrar um espião da Coreia do Norte que vem passando informações secretas.

Mostrando que não veio para brincadeira Operação Hunt já começa em seus primeiros minutos de filme, já preparando o telespectador para o contexto histórico de um momento difícil da Coreia e já demonstra que suas cenas de ação serão explosivas e fatais.

No filme  há constantemente uma ideia de caça e caçador, dois personagens que trocam de papel a todo momento passando de predador a presa em questão de minutos, sempre em busca de provas que fomentem a queda um do outro, pois ambos são os principais suspeitos de estar passando informações para a Coreia do Norte.

Lee Jung-jae como Park Pyong-Ho e Jung Woo-sung como Kim Jung-do – Foto: Divulgação.

Dando vida a esses dois personagens principais temos o astro Lee Jung-jae (do sucesso Round 6) interpretando Park Pyong-Ho, que lidera a força de inteligência de combate ao crime internacional e Jung Woo-sung (A Moment to Remember), intérprete de Kim Jung-do que é o líder da força de inteligência de combate ao crime nacional, ambos os personagens já se conheciam e a todo momento eles são instigados a desconfiarem um do outro, seja pelo superior dos agentes, seja pelas próprias revelações que o enredo traz ao decorrer do longa.

O roteiro fica a cargo de Jo Seung-Hee que deu a Operação Hunt um ar de espionagem clássica. Além de estrelar o filme Lee Jung-jae também é o diretor do filme e parece bastante confortável na direção, com grandes cenas de explosões e cenas de tiroteios bem elaboradas.

Um dos trunfos do filme em relação ao mistério de quem é o espião é justamente que os dois protagonistas do longa são personagens de caráter duvidoso, logo não parece importar a quem é atribuído o papel de herói ou vilão, justamente por ambos serem meras peças do governo buscando sobreviver e defender seus pontos de vista, mesmo que para isso eles tomem decisões moralmente questionáveis, como deixar para trás uma família inocente quando ela já não é necessária ou quando sequestram uma jovem “inocente” apenas para afetar seu rival, esses personagens não se importam em fazer o que eles precisam fazer independente de suas relações pessoais e familiares o que os levam adiante são as suas crenças no que eles acreditam ser melhor para o seu país.

Operação Hunt é repleto de cenas de ação, algumas bastante hollywoodianas, com diversas explosões, tiroteios sem qualquer preocupação com civis, algumas são necessárias para que o filme continue a história, mas em alguns momentos do longa essas cenas parecem estar presentes para dar uma folga a mente do público dos momentos de espionagem que são cenas mais lentas e requerem mais atenção que empolgação da parte do público.

O filme também possui algumas cenas fortes que em mais tempo de tela agregariam mais qualidade histórica ao filme, principalmente sobre a ditadura na Coreia do Sul como a forma brutal dos procedimentos de tortura, seja na sede do governo ou fora dele, a violenta repressão contra estudantes universitários. São cenas importantes que agregariam ainda mais qualidade a narrativa do filme, mas acabam passando despercebidas diante de todo o barulho das cenas de ação ali presentes.

No mais Operação Hunt é um bom filme do gênero, ele cumpre o que propõe, cabendo ressaltar que se antes achávamos estar diante da busca de um espião ao longo do filme somos levados a outros caminhos ainda mais interessantes, mesmo aqueles minimamente aproveitados se tornam interessantes ao menos no arco final do longa, a direção faz seu melhor para deixar o filme interessante parecendo um thriller, mas o longa peca ao não investir numa narrativa mais profunda para aqueles personagens e principalmente para aquele contexto histórico.

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